
Não há nada que se salve no "espetáculo", por mais que eu tenha ido à sessão disposto a enxergar o copo metade cheio. Ainda que o autor, diretor e ator da peça, James Akel, tenha sido muito gentil e prestativo quando nos falamos na tarde de ontem. Com o coração partido, já que havia familiares das outras atrizes na plateia, preciso dizer aqui que nunca senti tanta vergonha alheia num teatro. A maior concentração de maus atores que já vi num palco, tanto que não vou nem citar os nomes porque considero isso um ato de generosidade com os mesmos. Quatro atrizes, uma mais perdida que a outra, mas que se transformam em Meryl Streep quando Urach entra em cena.
Ela entra falando com sotaque caipira, um vestido justo, mamilos gritando sob o jérsei cor de laranja e sapatilha rasteirinha (acho que a última vez que Andressa não usou salto deve ter sido na Primeira Comunhão). Seu papel é o de uma vendedora de livros que é confundida com a sobrinha de um senador (!) e transformada em ministra da economia (!!!!!) da fictícia República dos Bananais. O autor classifica a peça como uma "comédia política" devido, creio eu, a uma série de alfinetadas a figuras como a presidente Dilma. Este talvez seja o único ponto de encontro entre a plateia e o que se vê no palco — quem é que nunca falou um "a culpa é do governo", afinal de contas. São os momentos em que o público consegue até dar umas risadas.
Olha aí a primeira cena dela, que passa a atender por Professora Jucicleide (como não avisaram no começo que era proibido fotografar ou filmar, me senti à vontade de fazer o belo registro):
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