sábado, 13 de setembro de 2014

Com direito a strip tease ao som de funk, Andressa Urach estrela pior peça de teatro de todos os tempos


"É uma peça de uma hora, mas que você acha que dura três dias", comentava uma loira, minutos antes do início do espetáculo "República das Calcinhas", que estreou ontem, em São Paulo. Achei que fosse exagero. Não era. A peça, estrelada por ninguém menos que a calipígia Andressa Urach, ganha lugar de destaque entre as piores coisas que já vi em um palco — e olha que já vi muita montagem ruim. Com o agravante de que, em geral, acho divertido o lado trash da vida, caso do filme "Cinderela Baiana", da Carla Perez.

Não há nada que se salve no "espetáculo", por mais que eu tenha ido à sessão disposto a enxergar o copo metade cheio. Ainda que o autor, diretor e ator da peça, James Akel, tenha sido muito gentil e prestativo quando nos falamos na tarde de ontem. Com o coração partido, já que havia familiares das outras atrizes na plateia, preciso dizer aqui que nunca senti tanta vergonha alheia num teatro. A maior concentração de maus atores que já vi num palco, tanto que não vou nem citar os nomes porque considero isso um ato de generosidade com os mesmos. Quatro atrizes, uma mais perdida que a outra, mas que se transformam em Meryl Streep quando Urach entra em cena.

Ela entra falando com sotaque caipira, um vestido justo, mamilos gritando sob o jérsei cor de laranja e sapatilha rasteirinha (acho que a última vez que Andressa não usou salto deve ter sido na Primeira Comunhão). Seu papel é o de uma vendedora de livros que é confundida com a sobrinha de um senador (!) e transformada em ministra da economia (!!!!!) da fictícia República dos Bananais. O autor classifica a peça como uma "comédia política" devido, creio eu,  a uma série de alfinetadas a figuras como a presidente Dilma. Este talvez seja o único ponto de encontro entre a plateia e o que se vê no palco — quem é que nunca falou um "a culpa é do governo", afinal de contas. São os momentos em que o público consegue até dar umas risadas.
Olha aí a primeira cena dela, que passa a atender por Professora Jucicleide (como não avisaram no começo que era proibido fotografar ou filmar, me senti à vontade de fazer o belo registro):

Nenhum comentário:

Postar um comentário